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A miocardite é uma doença caracterizada pela inflamação do músculo do coração e que se manifesta com maior prevalência entre os homens. Apesar de poder se curar sozinha, a miocardite é considerada uma das principais causas de morte súbita, principalmente em pessoas abaixo dos 40 anos.
A seguir, conheça um pouco mais sobre esta doença, suas principais causas, e como ela pode ser diagnosticada, evitando o desenvolvimento de problemas graves que podem levar a pessoa à morte.
O que é miocardite
A miocardite é uma inflamação que acontece na camada média do músculo cardíaco, chamado miocárdio, responsável pelo bombeamento de sangue para os órgãos. A ação de enviar adequadamente o sangue oxigenado no coração para o organismo é fundamental para a nutrição dos tecidos.
A miocardite geralmente ocorre devido a um processo infeccioso que, ao atacar as células do coração reagem com uma resposta inflamatória imediata do sistema imunológico.
Este quadro leva a produção de tipos específicos de linfócitos (células responsáveis pela defesa do corpo), que liberam substâncias que podem comprometer o funcionamento do miocárdio.
Ainda que esse processo possa retroceder por meio de uma resposta natural do organismo, sempre há o risco de um quadro de insuficiência cardíaca aguda. Além de outros, como o bloqueio dos impulsos elétricos do coração devido à inflamação.
Principais causas da miocardite
Entre 80% a 90% das vezes, a doença é causada por um vírus. Nos demais casos, pode acontecer devido a uma bactéria, fungo ou protozoário.
A miocardite apresenta diversas causas que não são completamente conhecidas. Atualmente, pelo menos 20 vírus são classificados como potenciais causadores da inflamação. Alguns deles são:
- Poliovírus;
- Adenovírus;
- Vírus HIV;
- Coxsackie B;
- SARS-CoV-2;
- Influenza.
Além disso, outras doenças virais, como a caxumba, rubéola, varicela, hepatite B e C e dengue também podem ser a causa da miocardite. No entanto, os casos de miocardites virais vem diminuindo nos últimos anos, visto que grande parte dos vírus causadores podem ser prevenidos com vacina.
A miocardite também pode estar associada ao uso de medicamentos, doenças autoimunes, consumo excessivo de álcool e drogas. Com o avanço da medicina e o surgimento de exames modernos, a miocardite pode ser diagnosticada rapidamente, evitando graves consequências.
Sintomas
Em casos mais leves, como na gripe ou resfriado, a miocardite não causa qualquer sintoma. No entanto, em casos mais graves, alguns sintomas podem ser notados. Os principais são:
- dores no peito;
- batimento cardíaco irregular;
- falta de ar;
- cansaço excessivo;
- inchaço em pernas e pés;
- tonturas.
Consequências da miocardite
O coração funciona como uma bomba que distribui o sangue para todo o corpo. Visto que o miocárdio é o responsável pela contração do coração, a inflamação prejudica seu bombeamento e pode levar a problemas mais sérios.
As principais consequências da miocardite são a redução da capacidade do coração de bombear o sangue e o surgimento de arritmias cardíacas. Em situações mais graves, pode ocorrer a formação de coágulos no coração, levando a um acidente vascular cerebral ou infarto.
Miocardite x Novo Coronavírus
Em maio de 2021, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doença) dos Estados Unidos apresentou um estudo que constatou que pacientes com a Covid-19 têm 16 vezes mais chances de desenvolver a miocardite e, consequentemente, suas complicações cardíacas.
Observou-se em pacientes pós-Covid, incluindo assintomáticos, a ocorrência de arritmias e insuficiência cardíaca, mesmo sem o histórico pregresso de doenças cardiovasculares. Em muitos casos, essas alterações são difíceis de diagnosticar, uma vez que são episódios irregulares e passageiros.
Como os efeitos causados pelo Novo Coronavírus ainda são recentes e não apresentam muitos estudos, especialistas ainda estão receosos em afirmar as relações diretas da ação do vírus nos casos de miocardite.
A maior suspeita está no fato de que, quando enfraquece o sistema imunológico, a Covid-19 permite que o vírus se armazene no coração, causando à miocardite. Em outros estudos, também é observada uma grande afinidade do vírus com o tecido cardíaco.
Essa é uma relação semelhante à de outras doenças infecciosas que favorecem a ocorrência da miocardite. Entre elas estão as gripes, catapora, febre reumática, doença de Chagas e AIDS. Portanto, é importante manter-se atento aos sintomas para buscar avaliação médica rapidamente, principalmente em casos de infecção pela Covid-19.
Tratamento
O tratamento da miocardite pode ser feito em casa, com o paciente em repouso para evitar excesso de esforço por parte do coração. Contudo, durante o período de tratamento também é necessário tratar a infecção responsável pela miocardite de forma adequada, com o uso de medicamentos como antifúngicos, antibióticos, antivirais e outros.
Além disso, quando a miocardite é acompanhada de sintomas, ou quando a inflamação dificulta o funcionamento do coração, o especialista também pode indicar medicamentos como anti-hipertensivos, beta-bloqueadores e diuréticos.
Em casos graves da doença, em que a miocardite causa diversas alterações para o funcionamento do coração, pode ser importante que o paciente fique internado no hospital para receber um acompanhamento mais detalhado, recebendo medicamentos e utilizando aparelhos que ajudem na recuperação.
Em casos mais raros, a inflamação pode colocar a pessoa em risco. Dessa forma, pode ser preciso a realização de um transplante cardíaco.
Principais exames para diagnosticar a miocardite
O diagnóstico inicial da miocardite é feito por meio do quadro clínico, com o médico avaliando o histórico de gripe ou vacinação, além da ocorrência de alguns sintomas quando presentes. Após a suspeita, o profissional deve solicitar a realização de alguns exames para a confirmação.
Entre eles estão o ecocardiograma, que pode apontar a existência de alterações na estrutura do coração. Além disso, a ressonância magnética é um importante exame que costuma ser realizado para auxiliar na confirmação da miocardite.
O exame é um método diagnóstico livre de radiação, realizado dentro de um aparelho produtor de campo magnético capaz de gerar imagens internas do corpo humano com alta definição.
O aparelho também produz ondas de radiofrequência, as quais podem ser ouvidas como ruído durante a realização do exame. Indolor, é fundamental o paciente ficar imóvel durante a aquisição das imagens. Em geral, o estudo dura entre 20 e 40 minutos, dependendo da região estudada.
Para algumas situações, a biópsia do miocárdio também pode ser feita, como forma de fechar o diagnóstico e descobrir a causa da doença. Contudo, este é um exame raro, visto que apresenta grande risco por ser invasivo.
A miocardite pode apresentar diferentes causas e sérias complicações quando não tratada. Por isso, caso note qualquer alteração ou sintomas relacionados à doença, procure um especialista para realizar os exames necessários para um diagnóstico precoce.
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